Lázaro Freire: 10 técnicas para abrir a clarividência (infalível)

Muitos me escrevem pedindo “técnicas infalíveis” de como abrir sua clarividência ou projeção com uma simples prática ou consulta, de preferência via e-mail e sem muito esforço. Alguns chegam a exigir. Sempre muito bem intencionados, lembram os que pedem a Deus um bilhete premiado para ajudar os necessitados.

Embora óbvio que desenvolvimento espiritual não seja o mesmo que desenvolvimento paranormal, resolvi atendê-los. Até porque, as advertências quanto à ética e à necessidade de preparo interior parecem não surtir efeito. Provavelmente Deus cometeu um equívoco a não dar visão total a pessoas tão bem preparadas assim, e não será mais por falta de uma receita que elas deixarão de crescer e de ajudar.

Como é natural, espera-se apenas que quem enxergará o externo seja capaz primeiramente de ver o interno; que quem interpretará o invisível para os demais seja isento de julgamentos e valores pessoais; e que quem atrairá o espiritual seja o exemplo vivo da boa sintonia; que quem voará pelas estrelas tenha pouso bem firme no solo; e que quem conviverá com a loucura e a doença seja a própria expressão da cura e da sanidade mental. Nesse sentido, citei algumas providências óbvias junto com as técnicas. Mera formalidade, uma vez que pessoas tão prontas para a luz plena certamente há muito já as atendem.

Práticas infalíveis para abrir a clarividência:

1) Crescer, bastante. De dentro para fora. É indispensável. Crianças não precisam aprender a dirigir.

2) Fazer Yoga, Kryia, Tai Chi Chuan ou algo que ligue o espiritual ao físico e mental.

2.1) Se não for possível o ítem anterior, fazer ao menos academia. Muitos querem o espiritual sem ter firmado as MÍNIMAS bases do físico. O corpo é o templo do espírito, e se espiritualizar NÃO É negar a vida aqui. Outros não tem estrutura física, e por isso “apagam” assim que entram em vibrações mais elevadas. Alguns bocejam e cochilam até mesmo em palestras ou livros um pouco mais complexos ou elevados! Isto é físico, falta de estrutura, não aguentam a voltagem, como se caísse o disjuntor. Prepare bem o alicerce, Comece pelo físico, se não pelo psíquico. Alongue bem o corpo, expanda a mente, e a abertura dos para-olhos virão como consequência de sua coerência. Como diz Osho, “quem não se preocupa com um barrigão, dificilmente se preocupará com qualquer outra coisa”. É básico: Quem não merece e honra sequer o corpo que tem, merece menos ainda a clarividência.

3) Antes de tentar o externo, exercite abrir antes o olho interno clarividente para que vejamos primeiro nosso interior, sombras, patologias, expectativas, neuroses, emotividades, defeitos, potenciais, correções e realizações. Assim como no astral, veremos também nuita coisa “feia” no mundo interno, e de vez em quando algo lindo que faz tudo valer a pena. Quem não tem
coragem, garra e esforço sincero para ver o que traz em si, não merece ver o astral – que é mero REFLEXO coletivo e amplificado daquilo que faz e sintoniza em seu interior.

4) Praticar muito mantra OM vibrado firme e silenciosamente na altura da testa (chacra frontal) enquanto se imagina uma forte emanação de luz no mesmo local. Tire pelo menos 15 minutos por dia, em meditação, para isso, por 6 meses consecutivos. Se faltar 1 dia, aumente 1 mês. Se faltar 2 dias consecutivos, recomece a contagem. Faça o processo em estado meditativo, ou seja, estabeleça a calma mental, controle a respiração e busque a sintonia quando for praticar.

4.1) Assim como na academia, “malhar” em técnica e prática também é
importante pra quem não tem o dom natural, mas note que a prática bioenergética não dá lucidez e discernimento por si só.

5) Trabalhe instintos e emoções. Não adianta fazer OM no frontal sem cuidar bem do manipura (umbilical, emoções) e o muladhara (básico, ligação com o mundo).

6) Cuide da alimentação. Alimento é tudo que trazemos do externo para processarmos dentro de nós. Se vamos em sintonia para o mundo espiritual, é indispensável que haja um esforço de sutilização alimentar.

6.1) Durante o período, elimine carne vermelha, e reduza bastante frangos. Peixe, com moderação – seria melhor comer um bife com salada do que devorar um rodízio de sushis. A sutilização alimentar poderia ser progressiva, assun como a abertura dos dons paranormais, mas não é isso que quem tem urgência quer.

6.2) Alimento sutil não é só o que se come, mas tudo o mais que se “ingere”. O solo em que se pisa também é alimento, frequente bons lugares, compatíveis com a sintonia que deseja expressar. Alimento também é a companhia que se busca, não deixe que más vibrações lhe tire de tão nobre e urgente propósito. Lembre-se que também é alimento e necessita sutilização a musica que se ouve, o tipo de balada que se frequenta, o tipo de filme a que se assiste, o estilo de livro e revista que se lê, o padrão de pessoa que se ama, o motel aonde se ia, o tipo de “guru” que se escuta… Tudo isso é externo processado no manipura afetando diretamente SINTONIA e EMOÇÃO.

7) Ver tudo implica em ser visto, e não ter mais a mesma tolerância. A clarividência plena não esconde nada, não endossa disfarces. Portanto, é indispensável falar sempre a verdade e zelar pela conduta ética antes que ela chegue. Para o próprio bem do paranormal.

8) Fazer terapia, ou pelo menos entrar em algum local ou prática que lhe exija crescer enquanto indivíduo além de sua própria iniciativa habitual. Pode ser uma escola iniciática, pode ser um grupo de estudos que lhe chame à responsabilidade, ´pode ser uma análise junguiana, pode ser uma ordem ou templo, pode ser até mesmo um relacionamento em que se entregue de corpo e alma. Desde que seja algo que nos obrigue a mudarmos DE VERDADE, especialmente naquilo que não queriamos ver. Afinal, agora queremos “ver tudo”, não é?

8.1) Conhecer profundamente suas neuroses, psicoses e paranóias, de preferência com acompanhamento profissional, para não correr o risco de confundir simbolismos internos com profecias da data do fim do mundo, nem deixar de realizar seu trabalho psíquico com a desculpa de ter sido apenas uma “mensagem espiritual”.

9) Importantíssimo: Eliminar de nós os julgamentos, práticas anti-éticas, preconceitos, falta de informação, falhas de discernimento, supertições, crendices ou quaisquer outras coisas que poderiam nos induzir a vermos “outras coisas” na interpretação do que estamos enxergando. Especialmente tudo o que termina em ISMO: racismo, evolucionismo, segregacionismo, cristianismo, espiritismo, materialismo, etc. Enquanto houver lentes pessoais, haverá distorções e pré-conceitos. O astral não cabe em nossos rótulos, e nem sempre ver e ler é o mesmo que apenas enxergar e interpretar.

10) Ter um sentido de vida, saber por que se vive e que missão cumprida nos permitiria morrer; e, acima de tudo, estar bem integrado com a vida intrafísica. Relacionamentos estáveis, emoções tranquilas, vida profissional estruturada, capacidade de enxergar bem tudo e todos que estão à sua volta, inclusive as oportunidades. Caso contrário, convenhamos, exigir ver o lado de lá justamente por não ter aberto os olhos aqui não passa de fuga, a boa intenção espiritual alegada não passa de egoismo e covardia, e toda essa preocupação desequilibrada com o “mundo de lá” não tem muita razão de ser.

Lázaro Freire
Psicanalista Espiritualista
lazarofreire@voadores.com.br
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